MotoGP San Marino: Bezzecchi vence Sprint em Misano; Miguel Oliveira é 16º e Márquez reage no domingo

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Bezzecchi brilha na Sprint em casa, Márquez cai e Oliveira não pontua

Uma pole no sábado virou vitória na Sprint diante da torcida em Misano. Marco Bezzecchi, da Pertamina Enduro VR46, aproveitou o melhor lugar no grid e completou um sábado perfeito no MotoGP San Marino. A prova curta ficou marcada pela queda de Marc Márquez quando liderava, abrindo a porta para o italiano cruzar em primeiro e levar os 12 pontos da Sprint.

Bezzecchi largou limpo, controlou o ritmo e não desperdiçou a chance de vencer pela primeira vez uma Sprint na temporada 2025. Em Misano, a volta é curta e técnica, o que deixa pouco espaço para erros e valoriza quem impõe ritmo desde o início. Foi exatamente o que o piloto da VR46 fez: atacou nas primeiras voltas, estabilizou a vantagem e administrou até a bandeira quadriculada.

O momento decisivo veio com a queda de Márquez. O espanhol, seis vezes campeão da classe rainha, havia saltado forte na largada e parecia pronto para uma vitória no tiro curto, mas perdeu tudo com a queda que encerrou sua Sprint de forma precoce. Sem o principal rival na pista, Bezzecchi manteve a cabeça fria e confirmou o triunfo diante de um autódromo que conhece cada curva.

O Sprint de sábado passou longe de ser neutro em relação ao campeonato. O formato, que dá 12 pontos ao vencedor e premia os nove primeiros (12-9-7-6-5-4-3-2-1), virou peça-chave do fim de semana. Em uma temporada disputada, cada ponto muda o tom do domingo. Para Bezzecchi, foi combustível extra para o GP do dia seguinte; para Márquez, ficou a necessidade de resposta imediata.

Quem saiu frustrado do sábado foi Miguel Oliveira. O português, agora pela Prima Pramac Yamaha MotoGP, terminou em 16º e sem pontos. Foi um Sprint difícil, com tráfego, ritmo irregular e pouca margem para recuperação em Misano. Ainda assim, a leitura da equipe foi clara: entender o que não funcionou e ajustar a moto para a corrida longa.

O palco do fim de semana, o Misano World Circuit Marco Simoncelli (4,226 km e curvas apertadas em sequência), costuma beneficiar quem consegue aquecer pneus rapidinho e encontrar tração na saída das curvas de baixa e média velocidade. Na Sprint, isso pesa ainda mais, já que a janela para acertar o ritmo é mínima. Foi nesse detalhe que Bezzecchi se destacou.

Domingo de reação de Márquez, P2 de Bezzecchi a 0,415s e avanço de Oliveira

No domingo, o roteiro virou. Márquez respondeu da forma que sabe: vitória no Grande Prêmio, depois de uma disputa intensa até as voltas finais. Bezzecchi novamente foi protagonista, brigou até o fim e recebeu a bandeira em segundo, apenas 0,415 segundo atrás do espanhol. Diferença de foto, corrida de gente grande.

O duelo entre os dois somou camadas ao que já tinha acontecido na Sprint. Se no sábado a queda derrubou o plano de Márquez, no domingo a execução foi perfeita. Ele manteve o ritmo sob pressão, mediu as oportunidades e anulou as investidas do italiano. Bezzecchi, por sua vez, saiu do fim de semana com a confiança lá em cima: pole, vitória na Sprint e P2 no GP, em casa, é um pacote que pesa no moral do box e mostra que a VR46 tem velocidade e constância.

Para Miguel Oliveira, a corrida principal trouxe alívio e pontos. O português fechou em 9º, somou no campeonato e, mais importante, mostrou evolução entre sábado e domingo. Em provas longas, ritmo de corrida, gestão de pneus e capacidade de ultrapassar contam mais do que um único estouro de volta. O salto do 16º na Sprint para o top 10 no GP indica que os ajustes de acerto surtiram efeito.

O fim de semana em Misano também reforçou o valor estratégico do sábado. A Sprint não define o grid, mas define o tom: quem soma pontos, ganha margem para errar menos no domingo; quem cai, precisa reagir. Bezzecchi surfou o embalo da vitória curta e dobrou a aposta no dia seguinte. Márquez, ao contrário, transformou frustração em foco e saiu com o troféu maior. Dois caminhos diferentes para performances igualmente fortes.

Misano tem histórico de corridas apertadas, muito por causa do desenho do traçado. São curvas que quebram o ritmo e pedem muita frente firme nas entradas, além de boa tração para lançar a moto nas saídas. Em pacotes bem acertados, isso se traduz em voltas consistentes e pouca oscilação de tempo. Foi o que vimos nos líderes: sequência de tempos constantes e uma margem mínima até a linha de chegada.

Para a VR46, vencer uma Sprint em casa vale mais do que a pontuação sugere. É medidor de progresso técnico e sinal de que o acerto funciona sob pressão e com pista mudando de uma sessão para outra. E o domingo confirmou que a velocidade não era fogo de palha: ritmo de pódio contra um multicampeão em jornada perfeita.

Já na garagem da Pramac Yamaha, o checklist do domingo termina com um “ok”: pontos no GP, leitura mais clara da moto e material para evoluir nas próximas pistas. O desafio, agora, é transformar flashes de velocidade em constância: classificação mais à frente, primeiras voltas mais limpas e menos tempo preso em pelotão.

O saldo do fim de semana em San Marino, num olhar prático, fica assim:

  • Sprint (sábado): 1) Marco Bezzecchi; Marc Márquez caiu quando liderava; Miguel Oliveira terminou em 16º.
  • GP (domingo): 1) Marc Márquez; 2) Marco Bezzecchi (+0,415s); 9) Miguel Oliveira.
  • Pontos: a Sprint rendeu 12 pontos para Bezzecchi; o GP entregou a vitória a Márquez e consolidou a boa forma de ambos no ritmo de corrida.

O campeonato segue aberto e com narrativas paralelas interessantes: a ascensão de Bezzecchi numa equipe que se firma como força constante, a capacidade de Márquez de se adaptar e reagir de um dia para o outro e a busca de Miguel Oliveira por uma base estável para voltar a brigar no grupo da frente. Misano cumpriu o papel de palco de resposta: mostrou quem tinha velocidade no sábado e quem soube transformar pressão em resultado no domingo.